• Bandas Militares de Portugal

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    Banda da Armada

    Ao longo dos mais de quinhentos anos de existência de formações musicais na Armada, estas sofreram inúmeras alterações, desde a designação ao número de elementos que as constituíram, tornando a enumeração praticamente impossível.

    Na realidade, as fontes históricas só são razoavelmente seguras, sobre esta matéria, a partir da primeira metade do século XVIII, e indicam que em agosto de 1740 existia na Armada Real uma banda intitulada "Charamela".

    A 3 de Abril de 1903 a Banda dos Marinheiros da Armada grava, no Quartel do Corpo de Marinheiros, em Alcântara, aquele que é considerado o primeiro disco em Portugal, um documento histórico e fonográfico raríssimo. A capa contém o selo real e a inscrição “Oferta do Maestro António Maria Chéu ao rei D. Carlos”. A gravação, efetuada pela The Gramophone and Typewriter Ltd. de Londres, pretendia comemorar a visita de Eduardo VII de Inglaterra a Portugal, através da perenização de uma das mais notórias obras musicais relativas à identidade nacional, os Cantos Populares Portuguezes nº2 de Rodriguez.

    Fruto do esforço de renovação e dinamização levado a cabo nos últimos anos, os resultados refletem-se no grande valor e visibilidade nacional e internacional das suas atuações ao vivo e na constante gravação e edição de CD’s. Na realidade, ao longo dos tempos têm pertencido e continuam a despontar na Banda da Armada, vários compositores de reconhecido mérito e alguns dos melhores instrumentistas portugueses muitos dos quais com formação superior e com uma média etária de 33 anos. O futuro vem, por isso, impregnado de esperança e de vontade determinada de perpetuar e prestigiar o legado cultural do país na Marinha, através da música.

     

    Banda da Armada "Valores, Identidade e Memória"

    Símbolo do profissionalismo e excelência cultural da Marinha

    “…E eles começaram logo a tanger quatro ou cinco flautas…E o capitão-mor mandou tanger as trombetas, e nós em os batéis bailávamos, e o capitão-mor também de volta connosco.”, in Diário de Vasco da Gama.

    Ao longo dos mais de quinhentos anos de existência de formações musicais na Armada, estas sofreram inúmeras alterações, da designação ao número de elementos que as constituíram, tornando uma enumeração exaustiva praticamente impossível, até por manifesta ausência de informação fidedigna. Na realidade, as fontes históricas só são razoavelmente seguras sobre esta matéria a partir da primeira metade do século XVIII, e indicam que, em Agosto de 1740, existia na Armada Real uma música intitulada “Charamela”. O seu aparecimento coincide com um dos períodos áureos da música em Portugal, em que a Orquestra de Câmara da Rainha D. Maria I apenas era suplantada, em dimensão e qualidade, pela do Papa. Do primeiro maestro de que há memória histórica, Caetano Tozzi, apenas se sabe que era italiano e músico da Câmara Real.

     

    A 27 de Novembro de 1807, durante as invasões napoleónicas, a Banda da Brigada Real da Marinha acompanhou D. João VI e a Família Real na sua retirada para o Brasil. Tinha como regente o italiano Pascoal Corvalini. Em 1821, quando o soberano regressou ao reino, voltaram apenas dois dos músicos, tendo os restantes sido integrados na Armada Brasileira, criada por D. Pedro. Em 1863, a Charanga, constituída por 27 executantes e dirigida por Arthur Reinhardt, acompanhou D. Fernando II a Bordéus, a bordo da Corveta “Mindelo”. É da responsabilidade deste monarca a vinda para Portugal do maestro Mark Holzel, que passou a ser responsável pela direção de 20 músicos do Batalhão Naval.

     

    Em 1922 a Banda dos Marinheiros da Armada integrou a viagem oficial do presidente António José de Almeida, a bordo do navio “Porto”, para participar nas comemorações do 1º Centenário da Independência do Brasil. Realizou diversos concertos no Rio de Janeiro, com retumbante sucesso do público e da crítica, tendo como chefe o Capitão-tenente (CTEN) Artur Fernandes Fão. Durante os 35 anos da sua regência (1920-1955) a Banda dos Marinheiros da Armada é referida em múltiplas Leis e Decretos-Lei, que provocam diversas reestruturações, abrangendo a designação, a composição, a forma de admissão e os ajustamentos salariais dos músicos.

     

    Muitos foram os navios da Armada que fizeram uso de charangas e fanfarras. Exemplo disso é a viagem de 1955 à Índia, a bordo do “Bartolomeu Dias”, em que se salienta a atuação da charanga no desfile de homenagem a Afonso de Albuquerque, em Damão. Esta viagem ficou imortalizada na magistral descrição de Urbano Tavares Rodrigues, no livro “Jornadas no Oriente”. Na memória de muitos ficou também o conjunto musical “Os Náuticos” que, no início da década de 70, atuou para as forças militares estacionadas nas províncias ultramarinas. Ao longo de quase dois anos percorreram a Guiné, Cabo Verde, Angola e Moçambique, em várias digressões a bordo do navio mercante “Vera Cruz” e em unidades navais.

     

    No início da década de 80, sob a direção do CTEN Manuel Maria Baltazar (1976-1987), a Banda da Armada ganhou uma consistente visibilidade junto da sociedade civil, constatando-se a sua merecida inclusão no grupo das melhores bandas do país. O contacto sistemático com o grande público foi o início de uma longa sucessão de salas cheias e extraordinárias inovações, prestigiando a Marinha através do virtuosismo, dedicação e talento dos seus músicos. Na década seguinte, já com o Capitão-de-fragata (CFR) José Joaquim Araújo Pereira como maestro (1987-2006), empreendeu várias deslocações pelo país e pelo estrangeiro, todas com grande sucesso. Destacam-se as atuações a França, por ocasião do 5º Festival Internacional de Música Militar e aos EUA, onde participou no XII Festival Internacional das Azáleas. Em 1998 atuou nas Bodas de Diamante do IPO e em diversos eventos no âmbito da Expo 98, entre os quais dois concertos que foram aplaudidos em apoteose por milhares de pessoas. Já sob o comando do Capitão-de-fragata (CFR) Carlos Silva Ribeiro (2006-2010), destacam-se as atuações no 44º Musikschau der Nationen em Bremen – Alemanha, bem como no concerto integrado na “Festa da Primavera” realizado no grande auditório do CCB.

     

    Em todas as atuações a Banda da Armada enalteceu a música portuguesa, demonstrando a sua vocação de serviço público e o papel fundamental na preservação da tradição musical nacional. Por isso, em 1999 foi-lhe concedida a Medalha de Ouro dos Serviços Distintos pelo Almirante CEMA. No seu louvor enalteceu o “notável desempenho, inexcedível dedicação e vontade de bem servir, graças ao profissionalismo e excelência dos seus músicos, do qual resultou lustre, honra e prestígio para a Marinha.”

     

    Desde 2010 a direção da Banda da Armada está a cargo do CTEN Délio Alexandre Coelho Gonçalves, que na linha dos seus antecessores, a tem conduzido por padrões de alta qualidade e eficiência, executando programas atrativos e de reconhecida qualidade técnica, obtendo significativos êxitos e suscitando o mais vivo e caloroso entusiasmo das audiências.

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    Banda Sinfónica do Exército

    Herdeira das mais antigas tradições musicais do Exército Português, nomeadamente através das suas predecessoras históricas Banda de Infantaria 1 e Banda de Caçadores 5, é instituída em 1988, por despacho de 25 de Março do Chefe do Estado Maior do Exército, General Firmino Miguel - A Banda Sinfónica do Exército. Banda representativa do Exército, compreende instrumentistas de sopro, cordas e percussão com um quantitativo de cerca de 80 elementos, constituindo-se para além da Banda Militar, um Grupo de Música de Câmara, um Quarteto de Saxofones e um Quinteto de Metais.

    Na BSE são ministrados os Cursos e Estágios que visam a formação e promoção dos militares das Bandas e Fanfarras do Exército, foi ainda responsável por um projeto de cooperação com os países de língua oficial portuguesa (PALOP) ao nível de Cursos Especiais de Música.

    Inserindo as suas actuações no âmbito das actividades culturais, recreativas ou de divulgação do Exército, colabora com as autoridades e organismos civis na realização de concertos musicais. Desde a sua criação apresenta-se regularmente em concertos e festivais de Norte a Sul do país onde obtém assinalável êxito, destacando-se os alcançados nos Teatros da Trindade, S. Luiz, Coliseu dos Recreios, Palácios da Ajuda, Belém, Queluz e Mafra, Biblioteca Nacional, nos Açores no 15.º Festival Militar (1992), na EXPO98, nos Festivais Internacionais de Bandas Militares em Mafra (2001/2/3, onde atuou em conjunto com a banda militar inglesa The Blues and Royals e a Banda do Comando Central da Força Aérea Espanhola), na Casa da Música (Porto), Theatro Circo (Braga), Teatro de Vila Real, CAE Figueira da Foz, Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra), CCC Caldas da Rainha, Centro Cultural Olga Cadaval (Sintra), Teatro Garcia de Resende (Évora), T. Pax Júlia (Beja), e muitos outros de Bragança a Faro.

    As suas deslocações ao estrangeiro, são também memoráveis, nomeadamente a França, onde tomou parte na Semana Portuguesa promovida pela Câmara Municipal de Biarritz em 1988, e em Junho de 1989 a Saumur, França representando Portugal no Festival Internacional de Musique Militaire. Em dezembro de 1999 teve a honra de ser a Banda Militar escolhida para integrar a Cerimónia, transmitida para todo o mundo, da Transferência de Poderes de Macau para a China. A sua imagem reflecte-se inaltecidamente no seio da população civil, graças à acção dos seus músicos que, de forma superior espelham a sua formação em instituições como a Escola Superior de Música de Lisboa, a Academia Nacional Superior de Orquestra, o Conservatório Nacional, a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Metropolitana, e em outras escolas de música e grupos musicais de formação e estilos vários, que integram e dirigem.

    A Banda ao longo dos anos tem feito vários registos fonográficos dos quais se destacam os CDs: Hinos e Marchas militares portuguesas (2002), Música Portuguesa (2004), Maud’Adib (2008), Mars Belorum Dominus (2008) e Swing.pt (2010) com o clarinetista Nuno Silva e o maestro americano Mitchel Fennell, tendo sido lançado em 2017 o Música Portuguesa Século XXI com obras galardoadas no Concurso de Composição BSE/INATEL. Este concurso promovido pela BSE desde 2005 (com a parceria da Fundação INATEL desde 2012) visa o desenvolvimento da escrita para banda sinfónica. É também no seio da BSE que desde 2004 é editada anualmente a revista EURÍDICE, dedicada à divulgação das suas actividades e às temáticas da música para bandas (cd’s e revistas acessíveis online em http://bibliotecas.defesa.pt).

    Reconhecendo todo o seu valor, por Alvará de 07 de Outubro de 2005, foi atribuída à Banda Sinfónica do Exército por S. Exª o Presidente da República, a Medalha de Ouro de Serviços Distintos.

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    Banda da Força Aérea Portuguesa

    Criada a 31 de Dezembro de 1957, a Banda da Força Aérea Portuguesa é a mais jovem das Forças Armadas portuguesas, directamente responsável perante o Chefe do Estado-Maior General da Força Aérea Portuguesa, sendo todas as suas actividades coordenadas pelo seu Gabinete. Hoje é considerada uma unidade própria e, em seu brasão, as palavras “SERVIR COM ENGENHO E ARTE” são exibidas com orgulho.
    Ao longo da existência da Banda, vários concertos comprovaram o nível solista, artístico e técnico dos seus músicos, bem como o mérito dos seus maestros.
    A Banda foi inicialmente dirigida pelo Capitão Joaquim Cordeiro, seguido do Major Silvério de Campos, Major Aurélio Pinho, Major Mário Marques, Capitão Agostinho Caineta, Tenente Coronel João Silva e Tenente Coronel Élio Murcho. O capitão José Serra também dirigiu a banda, até abril de 2012. Hoje, o maestro principal e também responsável pelas Fanfarras da Força Aérea Portuguesa é o Major António Rosado, coadjuvado pelos maestros Capitão Rui Silva e o Tenente Artur Rouquina.
    Para além da participação em cerimónias militares oficiais, quer no âmbito da Força Aérea quer do Protocolo de Estado, a banda militar atua também como elemento cultural, realizando inúmeros concertos nas mais distintas salas de concerto nacionais, como o Centro Cultural de Belém, a Casa da Música, a Fundação Calouste Gulbenkian, entre outros.
    Frequentemente convidada a participar em Festivais Militares Internacionais, a banda representou Portugal na Alemanha em 1969, 1972, 1973 e 2006, no Luxemburgo em 1977, na Holanda, no Taptoe Nacional de Breda em 1983, no Reino Unido em 1989 comemorando 40º aniversário da OTAN, na Espanha em 2004, na França em 2005 e 2007 e na Bélgica em 1977 e 2010.
    Ao longo dos seus 53 anos de existência, desde o primeiro concerto, a Banda da Força Aérea Portuguesa tem confirmado a sua identidade como banda militar, aumentando o seu prestígio perante o público, como se verifica pelos inúmeros convites para actuar que recebem anualmente.
    A Banda foi homenageada com a Medalha de Ouro de Serviços Distintos, de Sua Excelência o Presidente de Portugal em 1997, pela forma exemplar como a Banda tem cumprido a sua missão, não só dignificando a Força Aérea mas também as Forças Armadas e Portugal .

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    Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana

    A 4 de Janeiro de 1838 nasce por decreto de D. Maria II a Banda da Guarda Municipal, posteriormente designada de Banda de Música da Guarda Nacional Republicana, após a implementação da República.
    Com a reestruturação da Guarda Nacional Republicana em 2009, a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana passa a estar na dependência da Unidade de Segurança e Honras de Estado, sendo que esta constitui um dos órgãos que o Exmo. Comandante-Geral tem à sua disposição, para no âmbito da sua acção, desenvolver as suas actividades que compreendem as de representação a nível do Protocolo de Estado, cerimónias militares, culturais, recreativas e de divulgação da GNR.
    O elevado grau de especialização dos elementos que constituem a Banda Sinfónica da GNR, assim como o seu amplo e valioso arquivo permitem que esta atinja em concerto um nível artístico difícil de encontrar em agrupamentos congéneres.
    Ao longo da sua história para além dos inúmeros concertos com elevado reconhecimento em Portugal, muitos foram os êxitos obtidos em digressões internacionais destacando-se: 1892 - Concurso Internacional de Bandas Militares em Badajoz; 1910 - Madrid, S. Sébastian e Barcelona; 1930 - digressão ao Brasil; 1963 - Holanda participação na NATO- TAPTOE. Paris - gravação de concertos para a Rádio; 1965 - Concerto na cidade de Badajoz e representação de Portugal no IV Centenário da Fundação do Rio de Janeiro; 1980 - Mons (Bélgica) no 20º Festival Internacional de Bandas Militares; 1987 - Cáceres, intercâmbio cultural entre Portugal e Espanha; 1988 - Cáceres e Plasência, (Espanha) jornada de solidariedade com a zona sinistrada do Chiado (Lisboa); 1995 - Modena (Itália) participação no 4º Festival Internacional de Bandas Militares; 1996 - Basileia (Suíça) participação no 5º Festival Internacional de Bandas de Polícia; 1998 - digressão ao Luxemburgo: Differdange, Luxemburgo e Vianden.
    A qualidade e excelência da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana foram distinguidas em 2005 com o Prémio Amália na categoria de Música Clássica e em 2006 foi conferido à Banda, por S. Ex.a o Sr. Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, o Título de Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique.
    Desde 1838 a Banda Sinfónica da GNR foi chefiada, no período que a cada um se atribui, pelos seguintes maestros: Jerónimo Soller (1838-1878), Jacques Murat (1878), Manuel Augusto Gaspar (1878-1901), António Gonçalves da Cunha Taborda (1901-1911), Joaquim Fernandes Fão (1911-1935), Lourenço Alves Ribeiro (1935-1959), Manuel da Silva Dionísio (1960-1973), Joaquim Alves de Amorim (1974-1982), Idílio Martins Fernandes (1982-1989), Vasco da Cruz Flamino (1989-2001) e Jacinto Coito Abrantes Montezo (2001-2008).
    O Maestro Major João Afonso Cerqueira é desde 1 de Novembro de 2008 o Chefe da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana.

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    Banda Sinfónica da Policia de Segurança Pública

    A Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública, como grupo orgânico da PSP, assume a sua origem histórica no processo de criação de um corpo policial em Portugal.

    Se o primeiro corpo de agentes policiais foi criado por D. Fernando I, os chamados “Quadrilheiros”, nos idos anos de 1383, no que diz espeito à origem da Banda Sinfónica da PSP, contaremos mais quatro séculos e meio, para o seu aparecimento.

    No decurso histórico da instituição policial, numa tentativa de resposta à necessária manutenção da ordem e da paz pública, muitas são as “Resoluções e Leis” que criam, extinguem e sobrepõem organismos policiais.

    É com Pina Manique, que a Intendência Geral de Polícia alcança o reconhecimento público das suas acções no combate ao crime, sendo que, em resultado da reorganização dos serviços, é fundada em 25 de Dezembro 1801 a Guarda Real de Polícia, instituição que vai albergar no seu efectivo a Primeira Banda de carácter militar em Portugal.

    A partir desta data, muitas são as instituições militares que tomam como seu, o modelo da Banda da Guarda Real de Polícia. Como refere Albino Lapa, “foi a primeira organização militar armada que existiu para manter a segurança pública… Dada a grandeza que usufruía não podia por isso deixar de ter uma Banda de Música… que tinha a sua sede na Costa do Castelo”, fica então claro que este modelo surge num contexto policial de manutenção de paz e ordem pública, razão pela qual a Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública arroga os pergaminhos históricos da Banda da Guarda Real de Polícia.

    Com o decorrer dos anos, fruto de políticas e conveniências próprias das épocas, as forças policiais vão sofrendo alterações na sua organização: extinguindo-se umas, criando-se outras, sobrepondo-se até.

    Percorrendo o caminho do tempo, assistimos à criação e extinção, da Guarda Nacional (1823, associada aos Liberais), da Guarda Municipal do Porto e de Lisboa, (1834, última força a render-se às mãos dos Republicanos) e somos chegados ao Corpo de Polícia Civil, criado pelo Rei D. Luís, em 2 de Julho de 1867, instituição que lança as bases para a criação da actual Polícia de Segurança Pública.

    Neste emaranhado de instituições policiais, paradoxalmente convergentes nos objectivos, a música foi o elemento sempre presente. Por isso, em 1925, o Capitão José Esteves Graça, a prestar serviço na Polícia Cívica de Lisboa, assume a regência de um grupo de músicos desta instituição formando assim a Banda de Música do Corpo de Polícia Cívica de Lisboa. Em 1927 a Polícia Cívica de Lisboa adota a designação de Polícia de Segurança Pública, continuando, desde sempre, a Banda a fazer parte da sua orgânica.

    Entre 1927 e 1950 sob a chefia do Capitão Armando Fernandes a Banda desenvolve o seu nível artístico ao ponto de obter o primeiro prémio no concurso de marchas militares, realizado em 1936 pela Emissora Nacional de Radiodifusão.

    No período que vai de 1959 a 1969, cabe ao Alferes Álvaro Sousa a condução melódica da obra artística, sendo sucedido nesse desígnio pelo Capitão Pinto Rodrigues que se mantem em funções até que, em 1979, o Major Silvério Campos assume o comando, naquela que será a nova fase histórica, artística e institucional da Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública.

    A 28 de Abril de 1981 na lavra do Dec. Lei 88/81 é constituída oficialmente a Banda Sinfónica da PSP, sendo posteriormente definidas as normas de execução permanente em NEP publicada na OS nº 129 (I Parte) de 10 de Agosto 1982.

    Com o carácter sinfónico a Banda trilha os caminhos do reconhecimento institucional, afirmado pelas referências elogiosas outorgadas pelo Comandante Geral General Monteiro Pereira, em 07/07/1994 e por Sua Exª. Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, em 29/11/1996, bem como pelos Louvores atribuídos pelo, Comandante Geral da PSP em 18/12/1995, em 18/12/1996 e pelo Comandante do DAG em 10/01/2013 e do sucesso artístico atuando nos mais distintos palcos, no país e no estrangeiro.

    Aquando das comemorações do 128º aniversário da Cruz Vermelha Internacional é agraciada com o diploma e medalha de agradecimento pela “Espontânea e Valiosa Cooperação“ prestada a esta instituição. É também “Benemérita de Honra da Ordem Hospitaleira em Portugal e das Celebrações Culturais do V Centenário do Nascimento de S. João de Deus”.

    Internacionalmente representou o país e a Polícia de Segurança Pública em 1997, no “7º Festival Internacional de Bandas” em Saumur, França e em 2000, participa a convite no “5º Festival Internacional de Bandas” realizado em Saint-Étienne, atuando para um grupo de melómanos que enchia o teatro Massenet.

    A Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública, jovem no carácter e madura nos pergaminhos, relevando a sua origem histórica, reflectiu sempre uma posição de vanguarda nos movimentos artísticos portugueses. A sua interacção com a sociedade e com a academia, levou-a a ser pioneira em muitas das actividades levadas a cabo ao longo da sua história, nessa medida, foi pioneira na gravação regular de suportes áudio para editoras nacionais e estrangeiras, na realização de concertos com a participação de concertistas de renome (nacionais e internacionais), no convite a maestros, reconhecidos nacional e internacionalmente, para a dirigirem em concerto, colaborando com academias e universidades na realização actividades de formação em direcção de banda, na coadjuvação de alunos dos cursos de direcção de banda participando nas defesa das suas teses, no convite a jovens compositores para escreverem para banda, na colaboração com músicos e artistas dos mais diversos géneros musicais, que vão do fado ao rock passando pelo jazz. Assume como ponto alto destas colaborações o espectáculo realizado em 2005 no Teatro Olga Cadaval, em Sintra, onde acompanhou em concerto Maria João e Mário Laginha e a colaboração com a Associação Portuguesa de Saxofone, no primeiro congresso deste instrumento, em que a teve o privilégio de acompanhar os quatro maiores nomes do Saxofone mundial, Claude Delangle, Mário Marzi, Henk van Twillert e o quarteto Saxofínia. Em Julho de 2012 realiza pela primeira vez, a nível mundial, a “I Semana Académica” Master-Classe em Direcção e Performance, acção que permite que alunos das escolas de ensino artístico trabalhem ao mais alto nível, inseridos num agrupamento musical profissional, apresentando-se no final em concerto público.

    Precingida de uma atmosfera de condicionalismos impostos pelas realidades em que está inserida, a Banda Sinfónica da PSP, conta com um quadro de músicos de elevada formação artística, académica e profissional, coordenados pelo actual Chefe em Exercício e Director Artístico Comissário Ferreira Brito, para continuar a servir a Polícia de Segurança Pública e Portugal.

  • Maestros em atividade

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    Major António Manuel Cardoso Rosado

    Banda da Força Aérea Portuguesa

    António Manuel Cardoso Rosado, nasceu em Évora, no ano de 1980. Iniciou os seus estudos musicais aos 11 anos na Academia de Amadores de Música Eborense, continuando-os posteriormente na Escola Profissional de Música de Évora, onde estudou Flauta Transversal com o Professor Nuno Ivo Cruz, Katherine Ivo Cruz e Anabela Malarranha. Foi nesta mesma escola que terminou o curso profissional. Ingressou, de seguida, na Escola Superior de Música de Lisboa onde viria a diplomar-se com a licenciatura em Flauta Transversal, tendo estudado com os professores Nuno Ivo Cruz (Flauta Transversal), Afonso Malão e Sthepen Bull (Música de Câmara).

    Durante o seu percurso académico-musical participou em alguns estágios de orquestra e colaborou com algumas orquestras portuguesas, sendo de destacar: a Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Sinfónica Juvenil, Orquestra Juvenil Cidade de Évora e a Orquestra de Sopros dos Templários.

    Frequentou cursos de aperfeiçoamento de Flauta Transversal com: Emmanuel Pahud, Trevor Wye, Rien de Reed, William Bennett, Vasco Gouveia, Sandra Pina, entre outros.

    Em 2002 ingressou na Força Aérea Portuguesa, na sua Banda de Música para a classe de Praças. No ano de 2005, após concurso, frequenta o Curso de Formação de Sargentos e no ano seguinte frequenta o Estágio Técnico Militar, na Academia da Força Aérea, em Sintra, para promoção a Oficial Chefe de Banda de Música, onde atualmente ocupa o cargo de Superintendente da Banda de Música e das Fanfarras da Força Aérea. É membro da International Military Music Society.

    Dividindo a sua atividade pelo ensino e pelas Bandas Filarmónicas, foi professor no Conservatório Regional de Tomar, na Escola Profissional de Música de Évora e no Conservatório Regional de Évora, Eborae Música e, atualmente, é o maestro da Filarmónica Cultural da Ericeira. No ano de 2015 terminou na Escola Superior de Música de Lisboa a Licenciatura em Direção de Orquestra de Sopros.

    O Major António Rosado é casado com a Vanessa Rosado e tem um filho, o Francisco Maria.

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    Capitão Tenente, Délio Gonçalves

    Banda da Armada

    Délio Alexandre Coelho Gonçalves, nasceu em Azambuja, onde iniciou os seus estudos musicais primeiro em Clarinete com o Maestro João Teófilo, e mais tarde em Fagote com o Professor Carolino Carreira.

    Em 1990, fez o Curso de Técnicas Orquestrais para Instrumentistas de Sopro em Fagote, na Universidade Menendéz Pelayo com bolsa de estudo da própria Universidade, que viria a revelar-se fulcral na sua opção e decisão de abraçar a carreira artística.

    Em 1991, após concurso nacional, ingressa na Banda da Armada Portuguesa onde desempenhou as funções de 1º Fagote Solista.

    Em 1992, ingressa na Escola Profissional de Música de Almada, onde continuou e finalizou os seus estudos em Fagote com o professor Carolino Carreira.

    Como jovem músico, colaborou com as Orquestras de Jovens do País, e profissionalmente com uma atividade intensa, trabalhou com os mais variados agrupamentos e Orquestras do nosso País, recitou a solo, e fez concertos com imensos e diversificados agrupamentos de música de câmara.

    Em 2001, terminou os seus estudos em Direção de Banda, Fanfarra e Brass Band, no Royal Music Conservatorium de Maastricht na Holanda, onde estudou com o Professor Jo Conjaerts.

    Atualmente a sua atividade está centrada na direção, trabalhando não só com músicos e agrupamentos profissionais, mas também no meio amador onde desenvolve uma atividade intensa, não só na direção mas também lecionando em Estágios e Workshops de música, e colaborando com os mais diversificados acontecimentos musicais, tanto em Portugal como no estrangeiro.

    Foi Maestro e professor na Escola de Música do Conservatório Nacional e professor de Direção no Instituto Piaget no Curso Mestrado em Direção de Banda.

    É mentor e organizador de alguns eventos musicais importantes no nosso país, e que dos quais se destaca o Concurso Internacional de Bandas Amadoras “Ateneu Artístico Vilafranquense”.

    Atualmente com o posto de Capitão-tenente, Délio Gonçalves exerce as funções de Chefe da Banda da Armada Portuguesa.

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    Tenente Coronel João Afonso Cerqueira

    Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana

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    Subintendente José Ferreira Brito

    Banda Sinfónica da Policia de Segurança Pública

    José Ferreira Brito, nasceu em Santa Maria da Feira, iniciando os seus estudos musicais com a idade de 11 anos, na Academia de Música de Paços de Brandão onde concluiu o curso de Complementar de Saxofone.

    Em janeiro de 1985 ingressa no Serviço Militar, como músico, na Banda da Região Militar Norte. Neste ramo das Forças Armadas, passou ao Quadro Permanente em Agosto de 1988, ficando colocado na Banda do Exército como solista em Saxofone Alto. Durante a sua permanência no Exército foi professor das disciplinas de Saxofone, Harmonia, Transcrições Musicais, Instrumentação, Acústica e Organologia aos diversos cursos de promoção da especialidade, incluindo elementos oriundos dos PALOP´s.
    Concluiu a Licenciatura em Direção de Orquestra, na Academia Nacional Superior de Orquestra, na Classe do Maestro Jean-Marc Burfin, em julho de 1999. Durante a frequência do curso dirigiu regularmente a Orquestra Académica Metropolitana em concertos realizados em diversas localidades do país.
    Frequentou Masterclasses de Direção de Orquestra, com os Maestros Luca Pfaff, Jean-Sébastien Béreau e Robert Delcroix. Na Direção de Banda participou na Masterclass promovida pela Universidade Nova de Lisboa e ministrada por Sir David Whitwell, em 2002, constituída por uma sessão prática sobre “Sonoridades das Bandas” e por uma conferência subordinada ao tema “The Role of the Wind Bands in the 21st Century” (“O papel das Bandas no Séc. XXI”). Em 2005 participou, como ouvinte, na Masterclass de Direção de Banda ministrada pelo Maestro norte-americano Dr. Mitchell Fennell que decorreu na Escola de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa.
    Após ter terminado a sua licenciatura foi convidado para lecionar as disciplinas de Orquestra, História da Música e Saxofone no Conservatório Metropolitano de Lisboa nos anos letivos de 1996-1997 a 2000/2001.

     

    Lecionou, também, Saxofone na Escola de Música Leal da Câmara, em Sintra e no Conservatório Regional do Baixo Alentejo, em Beja.
    Foi membro fundador, Diretor Artístico e Maestro da “Orquestra de Sopros de Sintra” e da Camerata Instrumentalis da Amadora. Fez parte do Corpo Docente dos “Cursos de Aperfeiçoamento de Maestros Amadores” promovidos pelo INATEL. Foi Maestro da Orquestra de Sopros do “I Curso para Jovens Músicos de Leiria” e professor de Música de Câmara do “V Curso para Jovens Músicos de Caldas da Rainha”. Fez parte do Corpo Docente dos “Cursos para Instrumentistas e Regentes” promovidos pelo Conservatório Regional do Baixo Alentejo. Ministrou Masterclasses de Direcção de Banda em Arrifana, Gançaria, Ovar, Madeira e Montalvo, promovidas pelo Luthier Cardoso & Conceição. Foi Maestro convidado da Orquestra Clássica da Madeira, em 2001, efetuando concertos em localidades da ilha da Madeira.
    Em 2003, foi Maestro convidado para orientar o 11º Estágio da Orquestra Nacional de Sopros dos Templários, que decorreu em Tomar, com o Alto Patrocínio de S. Exa. o Presidente da República.
    Em 2009 foi Maestro convidado da Lungegaardens Musikkorps da cidade norueguesa de Bergen, tendo efectuado um concerto no prestigiado Grieg Hall e com o patrocínio do Instituto Camões.
    No ano letivo de 2010/2011 foi professor de Direção e de Literatura de Orquestra de Sopros do Mestrado em Direção de Orquestra de Sopros do Instituto Piaget de Almada. Neste âmbito foi, também, professor orientador de uma tese final de mestrado (componente prática). Tem feito parte do Júri em provas finais de mestrado em Direção de Banda/Orquestra de Sopros, de concursos de jovens instrumentistas e de concursos de Bandas Civis.

     

    É autor de um Manual de Instrumentação e Orquestração de Banda e de Apontamentos de Acústica e Organologia, bem como de diversas transcrições, adaptações, arranjos e composições musicais direcionadas para a Banda Sinfónica da PSP e para outros agrupamentos do género.
    Autor de diversos artigos literários específicos do campo do ensino da Direção de Banda e de artigos sobre a Banda Sinfónica da PSP, alguns publicados em Revistas e periódicos (nacionais e internacionais) da especialidade.
    Desde 1996, é membro da IMMS (International Military Music Society).
    Em Maio de 2000 ocupa o cargo de Maestro Assistente da Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública, tendo ingressado nesta Instituição depois de ter prestado provas e de ter sido aprovado no Concurso Público para preenchimento de uma vaga para o posto de Subcomissário.
    Foi promovido ao posto de Comissário em Dezembro de 2007 e desempenha funções de Chefe da Banda em Exercício desde Junho de 2009.
    Sob a sua direção/chefia a Banda Sinfónica da PSP já gravou 6 CD´s.